Liderança com vulnerabilidade não é sinal de fraqueza, é um posicionamento estratégico diante da complexidade do mundo atual. Conforme apresenta Ian Cunha, o líder que reconhece que não tem todas as respostas, abre espaço para aprender mais rápido, tomar decisões melhores e construir relações de confiança genuínas com o time. Ao invés de sustentar a imagem do “chefe infalível”, esse líder assume a postura de protagonista em um processo permanente de descoberta, junto com sua equipe.
Quando o líder admite que não sabe tudo, ele não perde autoridade; pelo contrário, ganha legitimidade. As pessoas percebem coerência entre discurso e prática e entendem que estão diante de alguém humano, acessível e comprometido com a verdade. Veja mais sobre esse tópico abaixo:
Liderança com vulnerabilidade: a base da confiança real
Liderança com vulnerabilidade começa com a coragem de dizer “não sei” sem se esconder atrás de jargões ou respostas genéricas. De acordo com Ian Cunha, essa postura desmonta o medo de errar dentro da equipe, pois sinaliza que o erro, quando bem tratado, é insumo de aprendizado, não motivo de humilhação. Quando o líder pode aprender em público, o time também se sente autorizado a perguntar, propor e testar soluções, criando uma cultura de transparência e cooperação.

Esse movimento impacta diretamente a confiança. Em equipes em que a liderança finge domínio absoluto, as pessoas tendem a omitir dúvidas e problemas, temendo julgamentos. Já em contextos de liderança com vulnerabilidade, a comunicação flui com mais honestidade: dificuldades emergem mais cedo, conflitos são tratados com menos defensividade e decisões passam a considerar informações mais completas. A confiança deixa de ser um discurso e se torna uma experiência diária de segurança psicológica.
Vulnerabilidade e aprendizado contínuo
Liderança com vulnerabilidade é, na prática, um compromisso com o aprendizado contínuo. Em vez de se apoiar apenas na experiência passada, o líder busca dados, escuta especialistas, consulta o time e testa hipóteses em ciclos curtos. Como evidencia Ian Cunha, admitir que não sabe é o primeiro passo para formular boas perguntas, o que diferencia líderes que apenas reagem daqueles que conseguem antecipar cenários e inovar. A curiosidade passa a ser tratada como competência central da gestão.
Esse modelo favorece uma cultura em que “aprender rápido” vale mais do que “parecer certo”. Ao reconhecer publicamente que mudou de opinião diante de novas evidências, o líder reforça que ajustar a rota é sinal de maturidade, não de fraqueza. Assim, revisões de estratégia deixam de ser percebidas como incerteza ou indecisão e passam a ser interpretadas como capacidade de adaptação. A empresa ganha agilidade, e o time entende que está autorizado a questionar, propor melhorias e evoluir junto.
Gestão de pessoas
Liderança com vulnerabilidade também transforma a forma como o líder se relaciona com as pessoas do time. Ao reconhecer seus próprios limites emocionais, dificuldades e pontos de melhoria, ele humaniza o papel que ocupa e reduz a distância simbólica com a equipe. Segundo Ian Cunha, isso não significa transformar reuniões em sessões de desabafo sem direção, mas assumir com clareza que liderança também é processo, feito de acertos, dúvidas e ajustes constantes.
Essa postura torna os feedbacks mais efetivos. Em vez de falar apenas “de cima para baixo”, o líder que pratica liderança com vulnerabilidade se coloca disponível para ouvir como suas decisões impactam o dia a dia do time. Ao abrir espaço para ser questionado e para rever comportamentos, ele ensina pelo exemplo que ninguém está pronto para sempre. O resultado é um ambiente em que o desenvolvimento deixa de ser obrigação individual e se torna responsabilidade compartilhada.
Liderança com vulnerabilidade como vantagem competitiva
Por fim, a liderança com vulnerabilidade é, em essência, uma escolha por crescer com consistência, em vez de sustentar a aparência de controle absoluto. Como ressalta Ian Cunha, o líder que mostra que não sabe, mas quer aprender, abre caminho para decisões mais informadas, times mais engajados e uma cultura em que a verdade tem mais valor que o ego. Em um mundo em que ninguém domina tudo, admitir limites não diminui a autoridade; ao contrário, fortalece a legitimidade e a capacidade de influenciar.
Autor: Aleksey Frolov