A transformação digital do Judiciário brasileiro tem sido acelerada por inovações tecnológicas que impactam diretamente a forma como os julgamentos são conduzidos. Segundo o advogado Dr. Aroldo Fernandes da Luz, essas mudanças representam uma evolução significativa na busca por uma justiça mais célere, acessível e eficiente. A adoção de ferramentas digitais, como o Processo Judicial Eletrônico (PJe) e o programa Justiça 4.0, tem remodelado o cenário jurídico nacional.
A digitalização dos processos judiciais
A implementação do Processo Judicial Eletrônico (PJe) marcou um avanço na tramitação dos processos, permitindo que atos processuais sejam realizados de forma eletrônica, reduzindo o uso de papel e agilizando o andamento das ações. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2021, os processos eletrônicos representaram 80,8% das ações em tramitação e 89,1% dos casos solucionados . Essa digitalização contribui para a transparência e eficiência do sistema judiciário.
O programa Justiça 4.0 e suas inovações
O programa Justiça 4.0, uma iniciativa do CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), visa promover a transformação digital do Judiciário por meio da adoção de tecnologias inovadoras. Entre as soluções implementadas estão a Plataforma Digital do Poder Judiciário, o Banco Nacional de Precedentes e o Balcão Virtual . Essas ferramentas têm como objetivo tornar a justiça mais acessível e eficiente para todos os cidadãos.
Inteligência artificial no apoio às decisões judiciais
A incorporação de inteligência artificial (IA) no Judiciário brasileiro tem auxiliado na análise de grandes volumes de dados e na identificação de padrões em decisões judiciais. Ferramentas como a plataforma VitórIA, utilizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), permitem a extração e consolidação de dados sobre processos, facilitando a identificação de pautas relevantes e contribuindo para decisões mais consistentes . Dr. Aroldo Fernandes da Luz destaca que a IA pode ser uma aliada na promoção de uma justiça mais rápida e precisa.

Audiências e julgamentos virtuais
A realização de audiências e julgamentos por videoconferência tornou-se uma prática comum, especialmente durante a pandemia de COVID-19. O Juízo 100% Digital, iniciativa que permite a tramitação de processos de forma totalmente virtual, tem sido adotado por diversos tribunais, proporcionando maior comodidade às partes envolvidas e reduzindo custos operacionais . Conforme observa Dr. Aroldo Fernandes da Luz, essa modalidade de julgamento amplia o acesso à justiça, especialmente para aqueles que residem em regiões remotas.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos avanços, a transformação digital do Judiciário enfrenta desafios, como a necessidade de capacitação dos profissionais do direito e a garantia de segurança cibernética. Além disso, é fundamental assegurar que todos os cidadãos tenham acesso às tecnologias necessárias para participar dos processos judiciais eletrônicos. Dr. Aroldo Fernandes da Luz ressalta que a inclusão digital é essencial para que a justiça seja verdadeiramente acessível a todos.
O futuro aponta para uma maior integração entre as diversas plataformas digitais utilizadas pelos tribunais, bem como o aprimoramento das ferramentas de IA para suporte às decisões judiciais. A expectativa é que essas inovações continuem a promover uma justiça mais eficiente, transparente e próxima da sociedade.
Conclusão
A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na modernização do Judiciário brasileiro, transformando a maneira como os julgamentos são realizados. Iniciativas como o PJe, o programa Justiça 4.0 e o uso de inteligência artificial têm contribuído para uma justiça mais ágil e acessível. Segundo Dr. Aroldo Fernandes da Luz, é imprescindível que o Judiciário continue a investir em inovação e capacitação para que essas mudanças beneficiem toda a sociedade.
Autor: Aleksey Frolov