O debate sobre saúde mental deixou de ser periférico e passou a ocupar o centro das preocupações educacionais. O empresário especialista em educação, Sergio Bento de Araujo destaca que o ambiente escolar precisa reconhecer que aprender envolve mais do que absorver conteúdo: envolve sentir, participar, pertencer e se desenvolver emocionalmente. As escolas, portanto, devem atuar como espaços de acolhimento e formação integral, capazes de identificar sinais de sofrimento psíquico e oferecer apoio institucional concreto.
No contexto atual, em que crianças, jovens e adultos enfrentam pressões sociais, instabilidades familiares e impactos do uso excessivo de tecnologia, cuidar da saúde mental tornou-se uma responsabilidade compartilhada. Neste artigo demonstraremos a importância deste assunto dentro do ambiente escolar.
A relação entre bem-estar emocional e aprendizagem
Estudos da pedagogia contemporânea mostram que estudantes emocionalmente estáveis aprendem mais, participam mais e desenvolvem competências socioemocionais com maior consistência. Como menciona Sergio Bento de Araujo, quando o aluno sente segurança e pertencimento, seu cérebro opera em estado favorável à aprendizagem. Isso significa que a escola precisa enxergar o emocional não como um complemento, mas como dimensão estruturante do processo educativo.
Ambientes tensos, competitivos ou punitivos geram retração e reduzem o desempenho escolar. Em contrapartida, ambientes acolhedores, com escuta ativa e práticas socioemocionais constantes, estimulam autonomia, pensamento crítico, criatividade e participação.
Metodologias que apoiam o desenvolvimento socioemocional
Para trabalhar a saúde mental de forma efetiva, as escolas precisam integrar metodologias que considerem a complexidade emocional dos estudantes. Modelos que valorizam o diálogo, a cooperação e a resolução de conflitos contribuem para um ambiente mais equilibrado. Segundo o empresário Sergio Bento de Araujo, práticas como rodas de conversa, mediação de conflitos, atividades de autoexpressão e exercícios de inteligência emocional fortalecem vínculos e ampliam o senso de comunidade.
Além disso, metodologias ativas, como aprendizagem baseada em projetos ou em problemas, estimulam o protagonismo e permitem que os estudantes explorem suas potencialidades em cenários reais. Quando o aluno se sente parte do processo e não apenas receptor de conteúdo, ele desenvolve autoestima acadêmica, habilidade essencial para seu equilíbrio emocional.
O papel do professor como mediador do bem-estar escolar
Nenhuma estratégia de saúde mental funciona sem o engajamento do professor, isso porque, o educador é o primeiro a perceber alterações comportamentais, sinais de retração, dificuldades de socialização ou queda repentina no desempenho. Por isso, precisa ser preparado para conduzir o diálogo, estabelecer limites saudáveis e encaminhar situações mais complexas para profissionais especializados.
O professor não substitui psicólogos, mas desempenha uma função essencial: criar ambientes de confiança, favorecer relações respeitosas e apoiar o estudante em momentos de dificuldade. Quando o educador estabelece vínculos positivos, ele fortalece a estrutura emocional da turma como um todo, elucida Sergio Bento de Araujo.
Tecnologias que fortalecem o cuidado emocional
A tecnologia também pode apoiar o cuidado com a saúde mental, desde que aplicada com intencionalidade pedagógica. Plataformas de acompanhamento emocional, aplicativos de meditação guiada, ambientes digitais que estimulam organização e plataformas de gestão gamificada ajudam estudantes a desenvolver autocontrole e clareza sobre seus próprios processos internos. Sergio Bento de Araujo explica que quando tecnologia e pedagogia caminham juntas, a escola amplia suas possibilidades de suporte.

Essas ferramentas, no entanto, não substituem o contato humano. Servem como extensão do trabalho pedagógico, oferecendo meios adicionais para acompanhar o bem-estar, reduzir ansiedade e fortalecer a participação de alunos que têm dificuldade em se expressar presencialmente.
O desafio da saúde mental na EJA e entre jovens em transição
A saúde mental de jovens e adultos na EJA exige atenção especial. Muitos estudantes conciliam trabalho, família e estudos, vivenciando jornadas cansativas e contextos sociais vulneráveis. Para esse público, práticas socioemocionais são fundamentais para manter motivação e permanência escolar, então Sergio Bento de Araujo frisa que escolas que acolhem com respeito, flexibilidade e escuta ativa conseguem reduzir evasão e fortalecer trajetórias educacionais interrompidas no passado.
Entre jovens do ensino médio, especialmente aqueles em preparação para vestibulares, a pressão acadêmica e o medo do futuro também afetam a estabilidade emocional. Estratégias como plantões de dúvidas, mentorias, acompanhamento individualizado e práticas de respiração podem auxiliar no equilíbrio durante períodos mais intensos.
Uma escola que cuida para que todos possam aprender
A escola que compreende o impacto da saúde mental em seu cotidiano transforma a forma como ensina e como se relaciona com sua comunidade. Essa instituição não se limita a oferecer aulas, ela oferece pertencimento. Ela não se limita a cobrar desempenho, ela apoia processos. Como considera Sergio Bento de Araujo, a educação só alcança seu propósito quando forma indivíduos capazes de existir com equilíbrio, maturidade emocional e consciência social.
Integrar saúde mental à rotina escolar é um compromisso ético, pedagógico e institucional. Quando as escolas assumem esse papel, criam ambientes mais humanos, reduzem conflitos, ampliam a aprendizagem e fortalecem a permanência estudantil. Cuidar do emocional é cuidar da aprendizagem, e o futuro da educação passa necessariamente pela formação integral do estudante.
Autor: Aleksey Frolov